quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

BIG BARRACO DO BRASIL

Olá a todos os leitores do BBBOOM. Peço desculpas pela demora na publicação do novo post dessa que vos escreve, mas enquanto o bicho estava pegando na “casa mais vigiada do Brasil”, eu estava de mudança para o meu novo “puxadinho” – ta mais pra quarto branco, parede branca, cama branca, guarda roupa branco... – e nesse meio tempo, fiquei totalmente desconectada do mundo e do BOOM. Mesmo assim, fui acompanhando via EDIÇÃO e TV ABERTA (protesto contra a Telefônica que não transferiu minha assinatura com meu PPV) todos os movimentos desse jogo e as últimas eliminações.

Eu tinha um texto para cada eliminação, mas como aqui é um blog e geralmente nossos leitores não se assustam com textos longos, vou passar um resumão de tudo o que eu já tinha deixado preparado pra vocês.

A edição do programa que teve como eliminada a Moranguet’s hoje me deixou um tanto quanto pensativa, mas me ajudou bastante na hora de resumir as eliminações anteriores. Quando Tessália foi eliminada, aconteceu aquela tal “reunião de cúpula” dentro do puxadinho. E pelo menos a edição tem acompanhado meu raciocínio até aqui. A primeira pessoa a fazer o tal “leva-e-traz” (além da Maroqueira – Maroca-fofoqueira) foi justamente a pessoa que o público deixou mais uma vez na casa: Marcelo Dourado nem titubeou quando ouviu atrás da porta alheia e saiu correndo pra contar aos colegas marombeiros o que tinha acabado de ouvir de Elieser e Alex.



Ficou fácil deduzir que as eliminações de Alex e Uilliam não passaram de “efeito colateral” da eliminação de Tessália, quando o público estava crente que o povo do puxadinho estava jogando a frio demais. Claro que o “menos um” do Alex e a “mãezinha” que ensinou tudo o que o Uil sabia foram fatores que combinaram com o fato de serem pessoas próximas à Tessália. Mas isso não diminui em nada minha tese de que suas eliminações foram por afinidade com a twitteira. E Michel só não entrou no bolo da eliminação do meio porque foi líder e é um sujeito bastante político e simpático com todos dentro da casa, menos claro, com Lia, seu desafeto principal.

Voltando à estratégia de Dourado: o saradão casca-grossa foi conquistando certa simpatia do público graças à sua mudança de comportamento em relação à edição da qual tinha participado e sido eliminado.

Mas não durou muito. Quando ele voltou do seu primeiro paredão na sua “segunda chance”, voltou mesmo muito cheio de si. E logo voltou junto aquele comportamento de clube da luta que o público havia reprovado previamente.

Já a eliminação de Elenita era apenas uma questão de tempo, como eu creio que será para Lia, as duas maiores barraqueiras da casa. Ela não se integrou, usou palavras difíceis demais para o vocabulário dos confinados e recebeu hostilidade da maneira errada dentro do programa. Ela podia ter se soltado mais, mas preferiu ser a intelectual chata até o fim. Pior pra ela.

E justo logo após a eliminação de Elenita, Dourado e seus comparsas resolveram tramar a próxima eliminação do puxadinho, sem citar nomes, mas já pensando em estratégias para as provas do líder e do anjo, pensando em como proteger Lia, etc. A Morango mineira resolveu não se calar e comprou uma briga com uma audiência que curte, eu já descobri, um barraco.

Na décima edição do programa, histórica, citando Bial, “o público amadureceu”. Será mesmo? Talvez quando ele disse isso, pensou no amadurecimento do que é esse jogo, ao que se presta o BBB: é um jogo psicológico forte, onde aqueles que se posicionam melhor estrategicamente, e nas horas certas, vence. Ou seja, o “grande irmão” é aquele que se mete em todos os grandes barracos ao longo da edição e consegue puxar o público pro seu lado. Dourado nesse ponto vem sendo brilhante. Ele já jogou antes. Ele foi eliminado com certa rejeição do público, montou seu personagem nas horas certas e foi o mesmo Dourado enjoado de sempre quando foi conveniente também; como ele já manja o andar da carruagem, tentou uma aproximação, em minha opinião, com o personagem do Alemão, vencedor da sétima edição. O grandão engraçado, o meio inteligente, meio brigão...

O público amadureceu pro que dá audiência: barraco, choro e edredom. Dourado puxou o gatilho do puxadinho na hora exata e agora vai manipulando o público que acha que ele é mais do que merecedor do prêmio. Ele é o que causa. Ele e Lia. O resto não passa de “pecinhas de madeira” com as quais eles brincam – e se divertem. Agora aqueles que, em outras edições seriam os mocinhos (Eliéser, Cacau, Dicesar e Michel) são considerados os bandidos. Lia, como bem citou Michel, está se achando a rainha do programa, ela tem razão e ela está certa. E ela é ótima estrategista, mas já me soa uma péssima pessoa, que gosta de uma chantagem emocional pra prender os demais. Ela deve fazer isso fora da casa, e deve conseguir o que quer na base do choro teimoso.



Essa edição do BBB está me lembrando muito a última edição de No Limite. No final, o público vai acabar se sentindo como se sentiram os eliminados de lá do Ceará: como se tivessem falhado nas estratégias, eliminado verdadeiros vencedores em potencial e principalmente, assistirão a uma final de desânimo pra votar, onde só sobrarão seres do espaço como Lia, Dourado, Maroca e Cadu. E pensarão: “será que um desses merece mesmo ter mais poder supremo e ganhar um milhão e meio?” ou “pronto, estou dando um prêmio milionário para mais um arrogante que vai pisar em quem o ajudou até aqui”.

Desculpa gente, mas BBB no pay per view é melhor de acompanhar e não é todo mundo que tem essa condição; o dia-a-dia é diferente da edição. Não dá pra manter uma máscara em um confinamento por muito tempo, mesmo que esteja valendo um milhão e meio. Quem é do jeito que é lá dentro, o é aqui fora. Tessália só jogou errado. E a eliminação dela é pivô para mudar em 180 graus a visão do jogo e do público. Por estratégia, Dourado merece TOTALMENTE o prêmio. Mas além de ser um jogo, é um jogo com pessoas e a avaliação de caráter é parte importante no momento de entregar tanto dinheiro na mão de uma pessoa só. E a edição do programa deu a dica na noite que eliminou a Angélica: o público pode estar avaliando, pensando e votando errado dessa vez.

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

DUAS SEMANAS E MEIA DE AMOR... E A CASA EM PÉ DE GUERRA (?)

por Juliana Negri

Eu nunca disse que era avessa a reality shows. Na verdade, dependendo de qual for, eu simplesmente não desgrudo mais da TV. É o caso dos globais “No Limite” e “Big Brother Brasil 10”. A décima edição do programa parecia até que não engataria por conta da velha fórmula, dos manjados líder e anjo, das estalecas e das participações dos confinados em aventuras fora da casa. Ledo engano. Boninho e sua trupe deram fôlego novo ao formato, incluindo nas primeiras semanas a divisão dos participantes por “tribos”, e marcaram a ferro quente virtual os rótulos de cada grupo de personalidade / culturas dentro da casa. Ponto pra eles. Inovaram mais: jogaram lá dentro dois ex-participantes de edições anteriores e que foram, no mínimo, polêmicos: a ex-miss Joseane e o lutador Dourado. Mais um ponto. E o ponto extra seria em minha opinião se no lugar da ex-miss tivessem conseguido enfiar Natália, Fani ou até mesmo o doido do Rafa.

E falando em pontos, nesta semana, a eliminação da twitteira Tessália (@twittess) colocou, no mínimo, um ponto de interrogação do tamanho da casa na cabeça de participantes como Michel, o namorado da moça durante duas semanas e meia. Ele há dois dias anda de luto pela saída de sua amada e mal imagina o tamanho do problema que deve encarar ao sair da casa.

O jogo até então estava “truncado”, com poucos e óbvios movimentos vindos dos brothers, que a cada novo paredão, tentaram sem sucesso eliminar os dois ex-bbbs reciclados. Joseane saiu e Dourado ficou, e arrebatou o público como deveria ter feito da primeira vez em que esteve no reality. As melhores cenas até ali foram as protagonizadas embaixo do edredom entre "Tess" e "Alfie" e dois barracos moles: de Lia com Lena e de Anamara com Eliéser. Fato que os 14 que estão na casa hoje são todos donos de personalidades fortes, quase que muito parecidos um com o outro, causando explosões catastróficas por conta de bolinhos de soja. E por fora de tudo isso, quem vinha mordendo e “pescando” (mesmo que de maneira errada) o jogo era a mocinha twitteira, que foi meiga nos primeiros três dias de confinamento e, finalmente, mostrou a que veio. Costurando uma estratégia aqui, isolando-se dali, formando um casal icônico, Tessália acabou pegando a estrada errada justamente ali, na primeira semana, quando se engraçou com Michel. Se atrapalhou e atrapalhou o amado ao mesmo tempo. A popularidade do publicitário, que já não era das maiores, despencou vertiginosamente, e ele tornou-se o pivô de encrencas do lado de fora, com a ex-namorada Karen Pila e os amigos do brother aos tapas virtuais na imprensa.

Fica difícil, eu diria até quase impossível que a grande maioria que a eliminou acredite no que ela vem declarando do lado de fora da casa – que não houve cena de sexo, que ela não foi “ela mesma” na casa, que ela jogou com o coração e que não fazia idéia de que Michel era comprometido. Eu venho acompanhando o programa desde o começo, tenho PPV, e NÃO VI ele afirmando categoricamente que não estava namorando. Michel ainda vai descobrir as conseqüências desastrosas que seu namoro precoce com Tessália causou na opinião do povo, mas ela mesma já está dando o famoso “jeitinho” brasileiro de desviar das próprias pedras que arremessou. E claro, reconquistando os followers perdidos em sua conta no Twitter após o ataque de hackers.

A última eliminação teve um discurso amargo, um “chute no saco” (ou um chute na “tessália” da Tessália - #tessaliaservepratudo) por parte de Bial, e Michel provavelmente não entendeu o que ele quis dizer. O índice de 78% seria o suficiente para compreender a rejeição e acordar para o jogo, mas Michel ainda parece estagnado. Será que um “quarto branco” apaga o luto do rapaz e chacoalha ele?

E Bial representou o que muitos acabaram sentindo da twitteira: ela entrou esnobando o jogo e os participantes, achando que de tudo sabia, que seria fácil, mas ela não botou a mão no lixo. Boninho mesmo desmentiu a conversa que supostamente teve com ela, em que teria dito que ela acertou a análise que fez dos participantes. Os ataques gratuitos e ciumentos a Fernanda (de dois dias pra cá talvez ela passe a ter razão, mas o natural seria deixar a máscara cair), o “romance proibido”, o pedido descarado para participar dos “esquemas” de Dourado, enfim, uma série de fatores levou a “boba” da @twittess a voltar a twittar do lado de fora da casa.

Talvez boa parte dessa edição esteja pautada no desespero dos participantes por um prêmio tão gordo. E eles deixam de enxergar humanismo em si próprios, esquecem-se dos familiares, amigos e admiradores fora da casa (em um caso específico, esqueceu-se da namorada), dos filhos... E aí não adianta nenhum #voltatessalia. O público toma decisões de acordo com aquilo que ele vê; o discurso batido de que "ninguém entende o que se sente dentro daquela casa" não é desculpa. Após dez edições, os novos moradores da casa do BBB deveriam estar carecas de saber (assim como o aeroporto clandestino na cabeça de Dourado, que parece ter aprendido a lição) que O PÚBLICO toma a decisão final. E o que sai aqui fora é o que vale, não o sentimento lá dentro. Auto-controle. Talvez falte isso à maioria na casa.

Nem cabe comentar o comportamento dos “Coloridos” Dicesar, Serginho e Angélica, que já engataram a sexta marcha e saíram na frente dos demais confinados estouradinhos e estão claramente na corrida do milhão e meio. Mas a eliminação de Tessália deixou claro que o grupo está confuso, dividido (e isso graças a algumas articulações da moça) e não sabe se caminha rumo ao caos total ou ao prêmio final.

Vejamos agora se dois paredões triplos e um quarto branco botam ordem no galinheiro.